Tenho saudades da chuva que corria nos beirais Das noites de chuva húmidas Onde a solidão esbatia nas vidraças outros ais Estou tentada a beber a nossa garrafa Num copo grande com muito gelo Ao invés faço a mezinha de ervas que me ajuda a dormir Ainda não sei porque se foi a tua voz Nem porque deixei de me ouvir Talvez tenha chegado a hora de partir E de cortar os cabelos… Ou, por fim, soltá-los deixar crescê-los Como nunca fiz Tenho saudades e nunca e nada me faz quase feliz Tenho saudades da nossa chuva que corria nos beirais E um dia qualquer sem caminho sem destino Sentir a chuva bater na vidraça devagarinho Tenho saudades da nossa noite sem nós Aquela em que nunca nos encontramos nem dormimos juntos Tenho saudades da nossa história mal escrita e que a chuva levou a tinta Das palavras que a pena beijou no papel Tenho saudades de dedos finos e fios de cabelos Nos meus, olhados contra a ténue lu...